As mais-valias do peixe frito (com arroz de cenoura)
(o arroz de cenoura está ali no título, como no prato: só para servir de acompanhamento)
Não é que eu não goste de pescadinhas de rabo na boca. Gosto imenso, na verdade. Pelo-me por aquilo, como aliás me rendo a todo o peixe frito, com especial destaque para a petinga.
Mas pescadinhas de rabo na boca porquê? Isto tem alguma lógica?
Vejamos:
está uma criatura qualquer na cozinha, com uma trabalheira doida, a agarrar nas pescadinhas, a torcê-las e a enfiar com os rabos nas bocas dos peixes. Depois o resto, temperos e fritura e prato. E um gajo olha para aquilo, anda ali às voltas a tentar tirar o rabo de dentro da boca e a tentar arranjar um peixe que está com as espinhas todas tortas e fora de sítio. Palavra que não percebo a lógica disto.
Não há ninguém que explique que se podem fazer pescadinhas de rabo na boca sem realmente terem o rabo na boca? O rabo na boca acrescenta alguma coisa de relevante?
São as mais-valias. Pois é.
- Respostas a comentários
- Entorpecimento
também conhecidas, por pescadinhas ao desespero. para desespero de quem as come 😉
Não sei se o rabo na boca acrescenta cualquer coisa, mas se o peixe está bem fritinho, é delicioso…
Mas isso é uma trabalheira; tem certeza que não vendem o peixe já com o rabinho na boca? 😉
Podes crer, aNa! Tá bem vuisto esse nome!
Ferran, olá! :)))
É delicioso sim, eu adoro aquilo, tanto que ultrapasso o tal desespero.
Se se vendem assim não sei, mas alguém faz aquilo, que no mar acho que não andam assim…;)
Now again, in english, OUTSTANDING!
Maravilha pela forma notável como de um não-tema consegue fazer um texto com tanta graça.
Comentando, não sei porque lhe põem o rabo na boca. Comentando, e os jaquinzinhos?
Comentando, falta-lhe a tal tascosa do campo onde, quando perguntei, ‘sardinhas com quê?’ a resposta breve e um tanto atónita foi ‘com pão.’; o ‘claro!’ ficou a pairar, no ar… só não assustou porque a atenção foi logo ali para a água pé. AS! branca e tinta… Você passava-se (s’ainda fosse possível)
Um abraço
Obrigada, Pirata.
Também vou tendo as minhas tascas no campo, dessas da sardinha com pão, como se não existisse mais opção.
Os jaquinzinhos, imperdoável esquecimento! até porque a petinga está interdita…
Deve ser uma questão estética, de “fazer bonito”, ficar assim ‘argolinhas de peixe’; mas só lhes deu para as pescadinhas, carapau de rabo na boca não dá…
Faxavor de não inventar! Pescadinhas-de-rabo-na-boca têm que ter o rabo na boca, conforme o próprio nome diz! Ou será a boca no rabo? Agora já me baralhaste!
Deve ser para terem mais arrumação na frigideira… ou então algum arremesso de haute cuisine
arremedo, arremendo eu sem medo, q’mais vale tarde que ficar quedo.
(que se me desculpem as frontarias… frontalidades, digo!)
A primeira vez que fritei pescadinhas com o rabo na boca, queimei a cara toda. Não tinha percebido que não era friá-las com o rabo na minha boca.
Se calhar já andam assim no mar. Ele há bichos com hábitos e fetiches muito estranhos…
Apesar de esteticamente me arrepiar aqueles olhinhos de pescada mal mortos a olhar para mim e ainda por cima a morder em si própria, sempre digo que numa frigideira se fritam 4 de rabo na boca enquanto que esticadas só se fritavam 2 e com jeitinho.
Depois arrependo-me sempre, mas na altura sabe tão bem!
Nota Prévia: Eu deveria guardar este post para as três e meia, quatro da tarde; dessa forma conseguiria atazanar uma data de leitores e era muito mais giro. Mas eu nestas merdas desorganizo-me sempre. Sei os truques todos do blogar…
Eu não digo que os meus comentadores são os melhores de todos? O que eu me ri com tudo isto! :))))
Obrigada!
Sabes… foi um choque quando vi uma peixeira enrolá-las e pôr-lhes o rabo na boca (das pescadas, o rabo das pescadas). Não sei, devo ter achado que morriam já assim, algum ritual marado em que mordiam o próprio rabo. lol