100nada

O problema de pagar a escola pública ou a privada

Acho muito bem que quem tem os filhos na escola pública não queira ou tenha que pagar a escola privada dos filhos dos outros.
Assim como acho muito bem que quem opte por pagar escola privada aos filhos não tenha que pagar a escola pública dos filhos dos outros.

19 thoughts on “O problema de pagar a escola pública ou a privada

  1. I.

    Ia perguntar o mesmo que a Karla: quem tem seguro de saúde, paga o SNS? Quem anda de carro, paga parte dos seus impostos para os transportes públicos? Quem nunca sai da sua terra, descontam-se o proporcional relativo às auto-estradas? E o bem comum, o desenvolvimento nacional, e a prossecução dos fins públicos constitucionalmenmte garantidos?

  2. catarina campos Post author

    Eu não defendo. Eu meramente coloquei a questão: se calhar deveria ter continuado, a explicar a minha ideia: quando uma parte dos contribuintes não quer que os seus impostos sejam para uma determinada coisa (pagar subsídios a escolas de associação, neste caso), podemos começar a questionar tudo.

    O que eu defendo já agora é um montante igual para todos e cada qual fará a sua escolha.

  3. catarina campos Post author

    Já agora: acho que saía mais barato ao estado pagar seguros de saúde a toda a gente. 😀

  4. I.

    O problema com o seguro de saúde é quando acaba o plafond.
    Tenho uma colega que é hipé fã do Paulo Portas e afins, e acérrima defensora do opting outo em tudo. Sim, em tudo. Diz ela que o estado tem de emagrecer, que não chega para tudo. Que se tem seguro de saúde e vai ao privado, hum, não acha muito bem financiar tanto o público (só o suficiente para os pobrezinhos não morrerem, digo eu). Ora se isto fosse assim, e um dia ela tem um azar a sério, e precisasse, vá, de quimioterapia, boa sorte e mais vale ir escolhendo o caixão.

    Eu não tenho filhos, quero a minha parte que vai para as escolas, sejam elas quais forem. Ou não, se calhar tenho interesse que a escola pública não ande a formar indigentes e futuros delinquentes, que terão melhores empregos, e mais descontarão para a minha reforma.

    Acho que as escolas privadas deviam ter zero de financiamento estatal. São um negócio, e bem exclusivo; quem quer que pague, tal como qualquer outro artigo de luxo. As de associação, é preciso estudar muito bem a fim de distinguir aquelas que são necessárias das que andam à bolina. Só isso.

  5. I.

    Faltou isto: declaração de interesses- não tenho seguro de saúde e por enquanto recuso-me a fazê-lo (quase todos terminam aos 70 anos de idade, manguito) – os meus sobrinhos estão num colégio, e bem beto; – eu andei sempre na escola pública e recomendo.

  6. catarina campos Post author

    I. , concordo contigo quanto ao financiamento dos colégios privados (sem ser nos tais casos de associação, que devem ser vistos – e deveriam ter sido vistos e era esse o espírito inicial da coisas – caso a caso.
    Na saúde, apesar de ter escrito aquela provocação ali mais acima, desconheço o assunto: admito, como em tudo o resto que existam ineficiências de gestão e tudo o mais. Na educação, cheque-educação para casa criança: quem quer os filhos no público, devolve o cheque, quem quer no privado, acrescenta o remanescente. Isto se o colégio privado for mais caro, a questão é que não sabemos se é, se não é.

    Eu até gosto da escola pública! Mas sei que são todas completamente diferentes umas das outras. Gosto das que conheço, outras nem lá passo perto…

    basicamente eu queria era que gerissem bem o dinheiro dos meus impostos. E acho que ao menos seria justo para quem paga escolas privadas, que aquilo que pagam fosse deductível ao IRS, já que estão a poupar ao estado.

  7. I.

    Mas olha que é dedutível, ou pelo menos era, este ano vai ser a desgraça que nem a saúde, socorro. Em despesas de educação, salvo erro. Sendo deduzido à colecta, já estão mais que compensados, a ideia do cheque educação pode fazer sentido mas só em casos de actividades extra curriculares não leccionadas pelas escolas públicas (música, desporto).
    E eu, tinha direito ao meu cheque, para umas férias de estalo?

  8. catarina campos Post author

    Mas discordo que as escolas privadas sejam um artigo de luxo. Muitas vezes são a única opção, já que a escola pública, não se pode escolher. Quem tem o azar de ter uma escola pública das merdosas na morada, tá lixado…

  9. catarina campos Post author

    Deductível 30% até 720 euros. (estive a ver porque estou a conversar sobre o mesmo assunto no FB que é aquela coisa que te recusas usar ;)) Lá está, para ser justo, mesmo que não se deduzisse tudo, já que a Ministra sabe tão bem quanto custa um aluno na pública, que se pudesse deduzir exactamente a mesma verba.

    Lá está, é também a injustiça da própria escola pública: há aquelas onde há música e desporto…hoje em dia depende de quem está à frente das escolas e dos agrupamentos. Há pessoas absolutamente extraordinárias.

  10. I.

    Nã, é que as pessoas sem filhos também saem baratas ao ME, tázaber? E quero a minha parte. Para férias de estalo. Cada um com as suas prioridades 😉

  11. catarina campos Post author

    Acho que sim, que deverias ter direito. sim senhora. (ainda por cima como não sabes o que é a vida e o sentido da vida e mais coisas e isso tudo por não teres filhos :DDDDD o Estado tem obrigação de te proporcionar outras formas de conheceres o teu eu interior, em viagens e assim.)

  12. Ana

    Nao e’ preciso irmos para extremos, acho eu, mas seria justo que quem tivesse filhos no particular pudesse deduzir no IRS pelo menos o equivalente ao que o estado gastaria se a crianca estivesse no publico. Subsidios a privados, sejam eles da educacao ou da saude, acho muito mal. A educacao publica deve, tal como a saude, ser sim apoiada por todos atraves dos nossos impostos. Mesmo sem filhos, porque vai ser do rendimento/imposto dos filhos dos outros que as nossas reformas deverao vir (se vierem, eu sei, mas isso e’ outra questao). Quanto a saude, tambem ela deve ser subsidiada dos nossos impostos, quer a usemos quer nao. Em caso de doenca grave nao ha seguro de saude que nos valha …

  13. catarina campos Post author

    Ana, obviamente o meu post é uma provocação. Também esta celeuma não é sobre subsídios a escolas privadas e sim pagamentos de serviços prestados ao estado, que contratou com as escolas de associação os serviços que ele – estado – não podia cumprir naquela área (ou este foi o espírito da coisa no início).
    E sim, que se deduzisse no IRS a totalidade desse equivalente seria uma medida justa.

    Se a receita do estado fosse de facto aplicada de forma eficiente, estas questões nunca surgiriam.

  14. era tão fácil fazer-se um pouco de benchmarking das medidas inteligentes que outros países aplicaram em vez de se andar a ceifar pela rama …
    … lembro-me que no outro dia percebi na televisão como funcionava o sistema de segurança social, no que às pensões de reforma diz respeito e era mais ou menos isto: todos descontavam para a SS mas com um limite máximo. Essa participação dava de pois para garantir o acesso a uma reforma digna (estamos a falar da suiça, pelo que estamos a falar de um valor mínimo muito razoável), independentemente do montante que havia descontado (garantiam assim não haver misérias e perdas de dignidade no fim da vida e provavelmente evitando também cadaveres de velhas a apodrecerem anos a fio numa casa devoluta qualquer). Quanto aos outros, aqueles que tiveram mais rendimentos, receberiam uma reforma com um tecto máximo nada exorbitante e muito longe daquilo que as reformas mais altas em portugal alcançam, sendo que o resto (complemento) partiria da sua iniciativa (privada) assegurar por via de seguros de saude, aplicações, etc (note-se que ao invés do que se passa comigo ou convosco, a minha contirbuição seria nesses termos mais baixa para a SS e no resto que me sobrasse eu que (semiliberalmente) fizesse como entendesse. Acho esta formula inteligente e ‘digna’.
    Extrapolando isto para o caso em questão, estou absolutamente de acordo que todos tenham direito aos custos da educação, se os querem aplicar directamente no ensino publico que o façam, se quiserem (e puderem) complementar à sua custa a diferença para o ensino privado que o façam também. O que não me parece justo é que um contribuinte desconto como o outro para a SS e pelo facto de optar por uma escola privada não possa receber aquilo que afinal poupa ao estado por não usar o ensino publico – mas parece-me que esta questão também não é bem assim, que não estou completamente informado sobre as medidas em apreço, que sim, boto muita faladura mas sou tuga carago, também posso falar do que não sei.

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