Não sobra nada
Não me apetece escrever sobre política. Não me apetece escrever sobre sapatos (conversar sim, escrever não). Não me apetece escrever sobre o sentido ou a forma ou o conteúdo ou as migalhas da vida. Não me apetece contar nenhuma história. Não me apetece falar sobre gajas (com sim, sobre não é necessário). Não me apetece escrever sobre o campo (quero é lá ir depressa). Não me apetece escrever sobre supermercados, ruas, pessoas, vestidos, electrodomésticos, casais que se beijam dentro de carros no semáforo, ficam lá atrás e depois apitam quando se aproximam porque não arrancámos nós à velocidade turbo que desejariam (provavelmente para chegarem depressa a qualquer lado e pelo ar parecia mesmo que poderia ser um Íbis de fim de tarde), não me apetece escrever sobre esta malta toda que continua a atravessar a rua a correr fora da passadeira, não me apetece escrever sobre desculpas esfarrapadas sobre a liberdade de não ir votar quando na realidade se estava era bem noutro lado qualquer, não me apetece escrever sobre gente burra que não consegue destrinçar entre sério e irónico, não me apetece sequer escrever sobre o cabelo do Nuno Melo mas sinceramente como é que ninguém lhe chega uma tesoura ou mesmo uma máquina quatro não entendo, não me apetece escrever sobre coisas que me ralam ou coisas que me alegram ou coisas que me enervam ou coisas que me irritam ou coisas que me deixam a rir perdida ou cães que andam sem trela na rua e desatam a correr com ar de quem lhes está mesmo a apetecer um tornozelo e um gajo entre o improvável biqueiro e o pernas para que vos quero opta sem dificuldades, enfim, não me apetece escrever nada que faça, tenha ou sequer pareça ter sentido. Mais, não me apetece escrever nada de nada, nadinha, zero. E isso, isso, realmente, irrita-me mesmo.
- Comentário, quer dizer, telegrama* político
- Sobre esta coisada toda
“Mais, não me apetece escrever nada de nada, nadinha, zero”
Mas escrevestes :p
Eu não acredito! Eu escrevi escrevestes?! Naaa, atenção pessoal: o blogue da Cat acrescenta um “s” na Segunda Pessoa do Singular no Pretérito Perfeito do Indicativo em todos os verbos terminados em “ste”.
É, vítor, escrevis. 😀 (olha! o bug tb dá na primeira pessoa! isto é lixado, esta porra)!
Fernando, er…ahn…er…ehhhh…quer dizer…hum…okokokokokok. 😀
#bubblekisses
ProntoS, não escrevas!
Já me contento quando vens dizer que não escreves
havias de ver o cabelo do meu puto. dá 10 a zero ao do Melo. e ainda assim não quer cortar porque é “à fixe”.
Tanto nadismo!
Méri eu não escrevoS nadinha
Clara, tá assim? nós temos uma máquina, precisas? 😉
Sabine 😀
precisar preciso. mas temo ter uma criança que não se auto proclama fixe. por isso lá vai andando de cabelo nos olhos.
Se não te apetece escrever sobre nada daquilo que referiste porque é que não escreves sobre bolos? De preferência com receita.
O caso parece ser grave …