Ainda a pena de Isaltino Morais
Apenas uma pergunta:
– Todas aquelas pessoas que aceitam sem questionar o veredicto do juiz que condenou Isaltino Morais a sete anos de prisão efectiva, não colocando pois em causa a justiça relativa desta pena, se após o julgamento seguinte, decorrente do recurso, Isaltino Morais for absolvido, aceitam da mesma forma esse eventual veredicto?
É que aceitando que um tribunal não falha quando o considera culpado e lhe dá aquela pena, sem questionar, então segue a lógica que, se for absolvido, esse veredicto é igualmente válido, certo?
É que se não for assim nas vossas consciências, se ele agora for considerado inocente e acharem que continua culpado, então o julgamento foi feito por vós, na praça da opinião pública e não há respeito por instituição alguma.
- A Zon 50 megas e a porta 6667
- Regresso do campo
Olá.
Enquanto a sentença não transitar em julgado todas as situações são possíveis, quer a redução, a ampliação ou a anulação da pena, e todas elas são legítimas e igualmente respeitáveis.
Uma coisa te digo, corrupção e políticos ladrões existem em todos os países. A grande diferença existe na reprovação social; no Terceiro Mundo a maioria diz “roubou, mas construiu”, nos países desenvolvidos a maioria diz “roubou, agora teve o que merecia”.
Nós (no nosso país das bananas maravilhosas) continuamos indiferentes ao roubo do património que é de todos e não há-de tardar muito assistiremos ao controlo total do Estado pelas mafias.
Será que queremos seguir o modelo da Rússia, da Roménia, da Albânia ou de partes da Itália?
Exacto, Alfredo. Mas o que mais tenho ouvido é que linchar o homem amanhã já e era pouco…é esta sanha que me aflige um bocado.
Vítor, eu fico contente com qualquer modelo de honestidade na justiça. E te garanto que não sou de todo indiferente ao roubo do património que é de todos e tenho imenso respeito pelas instituições e património privado já agora. Não quero isto país de bananas, mas tu mesmo dizes: “não tarda assistiremos ao controlo total do Estado pelas mafias”. Eu só quero justiça igual para todos. Mais nada.
Mas essa é a nossa característica atávica, somos uns exagerados do caraças.
E muitas das vezes até nem sabemos porquê…
Pois…são os nossos brandos costumes…
Independentemente do Sr ser ou não culpado, há várias questões que se colocam…
desde quando é que crimes fiscais (que eu acho que não é crime, pois ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão não é verdade?) são mais gravosos do que crimes de sangue?
Absolve-se uma mãe (ou condena-se com pena suspensa, não sei ao certo) que matou a própria filha e condena-se um autarca por fuga fiscal a pena efectiva de prisão???
será que me está a escapar alguma coisa?
absolutamente de acordo, e não tenho qualquer simpatia pelo homem, mas isto assim não
Presuminos que a justiça se faz pela verdade, mas esta é absoluta, depende da perspectiva pela qual a olhamos.
naturalmente. eu preciso confiar na justiça. é bater demasiado fundo quando nisso não acreditar … ou fazer qualquer juízo relativo que se basei em outras (des)justiças.
«Eu só quero justiça igual para todos.»
e porque ela não é aplicada de igual forma para todos devemos isentar de pena quem culpa tem?
o teu raciocínio é perigoso, catarina. muito, eu acho.
e parte de um princípio de que quem, político, rouba o Estado e em proveito próprio, merece perdão desde que ‘construa’.
não merece. é uma questão de princípio, catarina. e os princípios são, devem ser, o que norteia as nossas decisões e acções. os princípios não são meios para se atingir fins, são fins em si mesmos.
por isso, pena tenho que outros não tenham obtido as penas que mereciam – porque é escandaloso, e desgosta-me. mas mais escandaloso seria e mais me desgostaria se tudo se viesse a balizar por ‘não fizemos justiça no caso x ou y, donde, não a devemos fazer em caso nenhum’.
beijinhos.
http://www.youtube.com/watch?v=QMi4J6MY8hQ
(Esta morena mata-me! Primeiro lança a polémica, depois vai de férias sem dizer nada a ninguém.)
apesar de tudo a pena a Isaltino Morais não justifica o abandono do blog
estou de férias e o blog também.
Diz a sabedoria popular que aturar um povo é pior que aturar um corno. De facto asim é. Se o homem apanha pena levezinha ou é absolvido… aqui del Rei que a justiça só funciona para a arraia miúda; se come pela medida grande, que exagero!, o homem, coitado, até nem matou ninguém. Moral da história: não se pode ser prior numa freguesia destas.
P.S. Acho graça ao teu papel de advogada do Diabo :-), mas tem cuidado, olha que o dito cujo dá a paga a quem o serve…
Ainda agora a procissão vai a meio, não acredito que será desta que um politico venha a ser efectivamente condenado após os varios recursos.
Viva portalcelebridades.com
mas como se pode aceitar sem questionar ou questionar e, consequentemente, não aceitar o que não se domina?
que conhecimento efectivo e rigoroso dos factos que motivaram o processo tem o conjunto de pessoas que forma essa massa genérica chamada “opinião pública”? Parece por demais evidente outra não podia ser a resposta.
Depois, existe um sentimento generalizado e que tem, seguramente, a sua razão de ciência, de que em Portugal existe há muito – será algumdia erradicada? – uma justiça dos ricos e poderosos (aqui se incluindo políticos e figuras públicas afins) e outra dos cidadãos….
e que país vive, afinal?
de onde lhe chega tanta ingenuidade?