100nada

Ainda a pena de Isaltino Morais

Apenas uma pergunta:

– Todas aquelas pessoas que aceitam sem questionar o veredicto do juiz que condenou Isaltino Morais a sete anos de prisão efectiva, não colocando pois em causa a justiça relativa desta pena, se após o julgamento seguinte, decorrente do recurso, Isaltino Morais for absolvido, aceitam da mesma forma esse eventual veredicto?

É que aceitando que um tribunal não falha quando o considera culpado e lhe dá aquela pena, sem questionar, então segue a lógica que, se for absolvido, esse veredicto é igualmente válido, certo?

É que se não for assim nas vossas consciências, se ele agora for considerado inocente e acharem que continua culpado, então o julgamento foi feito por vós, na praça da opinião pública e não há respeito por instituição alguma.

18 thoughts on “Ainda a pena de Isaltino Morais

  1. Caiano Silvestre

    Olá.
    Enquanto a sentença não transitar em julgado todas as situações são possíveis, quer a redução, a ampliação ou a anulação da pena, e todas elas são legítimas e igualmente respeitáveis.

  2. Vítor I

    Uma coisa te digo, corrupção e políticos ladrões existem em todos os países. A grande diferença existe na reprovação social; no Terceiro Mundo a maioria diz “roubou, mas construiu”, nos países desenvolvidos a maioria diz “roubou, agora teve o que merecia”.

    Nós (no nosso país das bananas maravilhosas) continuamos indiferentes ao roubo do património que é de todos e não há-de tardar muito assistiremos ao controlo total do Estado pelas mafias.

    Será que queremos seguir o modelo da Rússia, da Roménia, da Albânia ou de partes da Itália?

  3. catarina

    Vítor, eu fico contente com qualquer modelo de honestidade na justiça. E te garanto que não sou de todo indiferente ao roubo do património que é de todos e tenho imenso respeito pelas instituições e património privado já agora. Não quero isto país de bananas, mas tu mesmo dizes: “não tarda assistiremos ao controlo total do Estado pelas mafias”. Eu só quero justiça igual para todos. Mais nada.

  4. MakingMoney

    Independentemente do Sr ser ou não culpado, há várias questões que se colocam…
    desde quando é que crimes fiscais (que eu acho que não é crime, pois ladrão que rouba ladrão :-) tem 100 anos de perdão não é verdade?) são mais gravosos do que crimes de sangue?
    Absolve-se uma mãe (ou condena-se com pena suspensa, não sei ao certo) que matou a própria filha e condena-se um autarca por fuga fiscal a pena efectiva de prisão???

    será que me está a escapar alguma coisa?

  5. naturalmente. eu preciso confiar na justiça. é bater demasiado fundo quando nisso não acreditar … ou fazer qualquer juízo relativo que se basei em outras (des)justiças.

  6. sem-se-ver

    «Eu só quero justiça igual para todos.»

    e porque ela não é aplicada de igual forma para todos devemos isentar de pena quem culpa tem?

    o teu raciocínio é perigoso, catarina. muito, eu acho.

    e parte de um princípio de que quem, político, rouba o Estado e em proveito próprio, merece perdão desde que ‘construa’.

    não merece. é uma questão de princípio, catarina. e os princípios são, devem ser, o que norteia as nossas decisões e acções. os princípios não são meios para se atingir fins, são fins em si mesmos.

    por isso, pena tenho que outros não tenham obtido as penas que mereciam – porque é escandaloso, e desgosta-me. mas mais escandaloso seria e mais me desgostaria se tudo se viesse a balizar por ‘não fizemos justiça no caso x ou y, donde, não a devemos fazer em caso nenhum’.

    beijinhos.

  7. Jejuas_na_Komo

    Diz a sabedoria popular que aturar um povo é pior que aturar um corno. De facto asim é. Se o homem apanha pena levezinha ou é absolvido… aqui del Rei que a justiça só funciona para a arraia miúda; se come pela medida grande, que exagero!, o homem, coitado, até nem matou ninguém. Moral da história: não se pode ser prior numa freguesia destas.

    P.S. Acho graça ao teu papel de advogada do Diabo :-), mas tem cuidado, olha que o dito cujo dá a paga a quem o serve…

  8. Y

    Ainda agora a procissão vai a meio, não acredito que será desta que um politico venha a ser efectivamente condenado após os varios recursos.

    Viva portalcelebridades.com

  9. eduardo

    mas como se pode aceitar sem questionar ou questionar e, consequentemente, não aceitar o que não se domina?
    que conhecimento efectivo e rigoroso dos factos que motivaram o processo tem o conjunto de pessoas que forma essa massa genérica chamada “opinião pública”? Parece por demais evidente outra não podia ser a resposta.
    Depois, existe um sentimento generalizado e que tem, seguramente, a sua razão de ciência, de que em Portugal existe há muito – será algumdia erradicada? – uma justiça dos ricos e poderosos (aqui se incluindo políticos e figuras públicas afins) e outra dos cidadãos….
    e que país vive, afinal?
    de onde lhe chega tanta ingenuidade?

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