"As trutas fario"
“Já agora, vou contar-te uma história verídica.
Um sujeito aí dos teus lados, outrora bem conhecido cá na Bila, andou montes
de tempos a tentar aprender a pescar trutas à mosca e não havia maneira de
conseguir apanhar-lhe o jeito. À conta disso era gozado tanto em casa – a
mulher ria-se dele de cada vez que o via “fardado” para a pesca – como na
repartição onde trabalhava. Um belo dia em que eu tinha combinado com um
ourives cá da terra fazer uma expedição predatória ao rio Paiva aparece-me o
tipo, todo equipado, para seguir connosco a convite do meu parceiro de
pescaria. Escusado dizer que nem uma truta pescou. E como nós pouco mais
fizemos e as trutas que capturei já estavam prometidas, ficou o homem sem
amostra para levar para casa. Na viagem de regresso calhou pararmos num
restaurantezito, desses de à beira da estrada, para petiscar, e o fulano
descobriu no expositor do balcão umas trutas fario que algum bombista teria
apanhado no rio e vendido ao restaurante. Vai daí teve a ideia de pedir à
cozinheira que lhe pusesse meia-dúzia delas no cacifo, para ao chegar a casa
poder dizer à mulher que tinha tido um dia em cheio. A cozinheira fez-lhe a
vontade e ele passou o resto da viagem a antecipar a cara de espanto da
esposa.
Chegado a casa a mulher ficou tão espantada ao sentir o cacifo pesadote que
nem queria acreditar. E ele então contou em pormenor como tinha apanhado a
truta maior num sítio assim e assado, mais outras duas numa correntezita,
outra numa pocita que nem dava para acreditar que estivesse lá uma truta
desse tamanho, enfim, deu um festival de tretas. Depois pediu à esposa para
amanhar e temperar as trutas de modo a comê-las no dia seguinte, ao almoço,
assadas no forno com batatinhas.
A mulher lá levou o cacifo para a cozinha e instantes depois vem de lá com
cara de gozo e espeta-lhe com esta:
– Ó filho, não te posso assar as trutas porque elas já vêm fritas :))
A ingénua (ou esperta?) cozinheira do restaurante tinha frito as trutas
antes de as meter no cacifo :))”
X.
- daqui a nada estoira-se-me o ego pelo tecto do blog
- Resposta a comentos
Isto é consigo:
http://apdeites.cedilha.com/?p=240
(já se esclarecerá isso; enviei-lhe um email)
É difícil arranjar bons alibis hoje em dia, Catarina.
😉
Oldman, já me viste isto? Que coisa!
(mas ali o Apedeites merece-me muito respeito, que sempre foram uns gajos porreiros: estou certa que este mal entendido se irá desfazer.)
O Apdeites não tem nada a ver com o “comentário” que remete para um post ali publicado; alguém colocou aqui o link, sabe-se lá porquê.
Repito: o Apdeites não tem nada a ver com o assunto.
Um dia descobri um daqueles azulejos pintados aposto na parede de uma tasquinha que dizia assim:
“Aqui param caçadores, pescadores e outros mentirosos”.
Enquanto membro da comunidade de pecadores (perdão, pescadores) desportivos venho lavrar o meu protesto pelo epíteto de mentirosos que nos é aplicado. Nós não mentimos, acrescentamos e efeitamos uma estória a fim de o ouvinte obter uma maior satisfação pessoal da estória que lhe é contada. Tão só;)
Xicoração.
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Trutas no Paiva…??? Hmmmm…. ó Catarina, isso já se deve ter passado há uns anitos… ou então é de mim :/
Trutas no Paiva…??? Hmmmm…. ó Catarina, isso já se deve ter passado há uns anitos… ou então é de mim :/
Quanto ao comento ali a linkar o Apedeites, tudo esclarecido, era para chamar a minha atenção para o facto ali relatado.
JPG, as minhas desculpas por confundir a coisa ainda mais.
Pre, bem giro. :)))
Carlos, aposto que o autor do texto (meu amigo e que pediu anonimato) também concorda contigo.
Aliás somos os dois – eu e ele – enormes admiradores de PG Wodehouse, que tem um belíssimo livro sobre histórias de pescadores: The Mr. Mulliner Omnibus.
PC, isso não sei, mas depois confirmo.
(Ó X! vem aqui responder a estes senhores, ofaxavor!)