A minha vida de sofá, diário de uma dondoca (3)
Queridos,
Não será por falta de chá, com certeza. Tenho bebido rios de zurrapas várias; e prossigo na minha interminável busca da resposta à pergunta que atazana este blog desde o seu início: afinal gosto daquela porcaria, água quente com um sabor de qualquer coisa que é sempre parecida? Não, queridos, não é para mim conseguir distinguir uma tília de uma cidreira, pelo menos quando as folhas estão partidas em quase pó. Mas o certo é que o bebo, sem saber se gosto ou não. Há que dar uso às canecas e, de qualquer modo, está frio. Ou, pelo menos, parece estar frio. Tem ar de frio, o tempo, e eu trato-o de acordo com o seu ar: a chás e mantas e luzes pequeninas acesas contra o cinzento da chuva. Que é outra coisa que se comporta comigo como o chá: temos esta relação dúbia, eu e a chuva. Ela chove e eu, eu não sei se gosto se não gosto. Por outro lado, é o oposto do chá: esse sabe-me sempre parecido; a chuva sabe-se sempre a diferente. Hoje, por exemplo, a chuva sabe-me a paracetamol e incapacidade mental. Com um travo de humidade nas mantinhas.
Talvez seja altura de acender aquecedores. Talvez. Mas nem está frio…a vida de sofá é dura. Muito dura. Ou talvez esteja na altura de trocar de sofá.
(escrevo tudo isto, mas na realidade o que me vai na mente é: ora se temperei as costeletas ao meio dia, será que estarão decentes para o jantar?)
- À procura de umas palavras
- Uns tais de Magnetic coiso
Sabes que te digo? é bom quando as dúvidas presistem, significa que é algo que vale a pena para nós, ainda mais se contêm contrários, além de mais completas têm uma variabilidade constante, não são monótonas. Essas tuas dúvidas são como as memórias, umas vezes mais perto, outras mais longe, e dão muito boa escrita, como aqui confirmas.
Quanto às costoletas depende do tempero, mas nada que um bom acompanhamento não disfarce se for o caso 😉
Beijos e bom resto de noite.
Olha, se a de sofá é dura imagina a de cadeira que já estou é toda entrevada. Tenho pescoço mais esticado que o da girafa e mesmo assim as cervicais chiam.
O que gosto de te ler e dessa tua forma tão tua de dizer as coisas à gente.
Hoje gosto da chuva, talvez porque iniciei o dia pronta a recê-lo inteiro mesmo que molhado e húmido. Por vezes condiz com a alma e nem é o caso. Talvez por isso esteja de bem com ele.
Há o vento
Há a chuva
Há o céu
E depois há a vida a passo de marcha no areal fresco a esfriar os pés…e tantas coisas que não se realizam, mas as faces do dia vão registando nas nossas os segredos que nos bastam para poder desenhar na tela do sonho que nos caiu nas mãos, o momento exacto em que secretamente nos antecipamos ao acordar do sol e somos presenteados com tons de aguarela que pinga de dentro a alagar-nos o sorriso.
Fica aqui um tom de amanhecer que sei que mais alguém viu numa partilha muito nossa.
As costeletas devem estar um charme querida. Eu vou deitar glamour é para cima do bacalhau à brás. 😉
Esqueci-me do chá bolas! Tenho um erro aí em cima, mas nem quero ver.
Chás é finérrimo e sou chazada com todos os sabores mas ou tá lá o rótulo na caixinha ou bem podem enganar-me que papo tudo e nem dou por trocas. A cor do de camomila é que já é outra história. Identifica-se melhor e esse como bebo muito acho que distinguiria. Não temas que não corro riscos de ficar loira. Já são muitos anos e ainda nada aclarou da cor original. LOL, é que sabes que quando me deram da 1 vez a beber fiquei assim a pensar que ainda virava oiraça com muito estilo. 😀
Esqueci-me do chá bolas! Tenho um erro aí em cima, mas nem quero ver.
Chás é finérrimo e sou chazada com todos os sabores mas ou tá lá o rótulo na caixinha ou bem podem enganar-me que papo tudo e nem dou por trocas. A cor do de camomila é que já é outra história. Identifica-se melhor e esse como bebo muito acho que distinguiria. Não temas que não corro riscos de ficar loira. Já são muitos anos e ainda nada aclarou da cor original. LOL, é que sabes que quando me deram da 1 vez a beber fiquei assim a pensar que ainda virava loiraça com muito estilo. 😀
Issa cum raio!
Tenho impressão que é do sono. É que para além de estar a ver a dobrar para emendar o primeiro erro espeitei com outro para não se ficarem a rir.
Ok, não ligues, é que a esta hora já estou mais a apagar que a acender.
ó pá desculpa lá mas porra para isto. Eu não espeitei nada caneco. Espetei e vou mas é pirar-me que já nem sei do pavio.
Depende: são de porco ou de novilho?
Bolas Maré, tu sabes dar vida (literalmente) a um texto. Tinha saudades disto 😉
Todos os beijos para ti, minha querida.
Ó pá Vanus é fácil facilinho. É só ir dando erros e enquanto corriges uns amandas outros.
Um gajo sente, mas é difícil escrever e com os dedos trocados vai esbugalhando os olhos ao ler-se e tens a receita. Como se tu precisasses delas que o teu arranjo é sempre belo com o que vem de dentro, natural. Voas ao escrever!
Tantos muitos para ti também querida minha.
Profundo, Catarina…Profundo!!
gosto de chuva, de chá, do teu blog e de comer (muito, costoletas ou qualquer outra coisa) depois de tirar a vesícula. e eu ainda aqui tenho as marcas das minhas tres facadas…pelo menos a do umbigo ja cicatrizou 😛
A tua interrogação quanto ás costeletas pareceu-me claramente legítima. Mas é como a vida, só provando…
😉
A menina está a recuperar a olhos vistos! Disso não tenho eu dúvida, após uns panaditos, não costeletas!
Queridas Vanus e Maré, só vocês é que transformam as minhas queixinhas de ai e ui e mais chá e mais chuva? em coisas bonitas. :)) Beijos às duas.
Cereja: obrigada pela visita. Se calhar fui enganada, eu tenho quatro facadas…:/
Quanto às costeletas, eram de porco preto e estavam bem boas.
Boa noite a todos!